OS PAPÉIS DA COORDENAÇÃO DE CURSO NO ENSINO SUPERIOR

A coordenação de curso do ensino superior, assim como as instituições de ensino superior como um todo, nos atuais cenários, sofre profundas transformações. Historicamente o papel dos coordenadores estava restrito a questões secundárias da gestão do curso, tais como, matrículas dos acadêmicos, fazer o horário dos professores, formação de turmas, organizar eventos, estruturar os documentos do curso (PPC…), organizar os documentos para a avaliação externa, atender os acadêmicos, entre outros. No entanto, os tempos mudaram. 

Os modelos centralizados de gestão de uma instituição já não respondem mais às necessidades institucionais como um todo. Mudaram, portanto, os papeis e o modelo de gestão da direção e consequentemente do coordenador de cada curso que agora passa a assumir a gestão do curso, alinhado com as diretrizes institucionais. Por sua vez, com o advento do EAD, a concorrência, referindo-nos às instituições privadas, exigiu oferecer formações diferenciadas com custo benefício compatível com o mercado. Isso exige leitura de cenários e planejamento administrativo e pedagógico, dimensões nas quais temos muitas fragilidades. Por sua vez, as exigências das avaliações externas e o impacto negativo das mesmas na imagem dos cursos, afetam significativamente a sequência futura dos mesmos. Isso exige uma instituição e o curso bem planejados e alinhados na prática. Por enquanto, estamos falando dos problemas do campo administrativo, embora esses também impactem no pedagógico. No entanto, é no campo pedagógico que reside o maior problema das instituições de ensino superior como um todo e da coordenação em particular. O modelo educacional adotado por grande parte das instituições de ensino superior é a grande causa dos problemas de captação e principalmente da retenção dos acadêmicos. O que se aprende na faculdade e da forma como se aprende está distanciado das necessidades do campo de trabalho e compromete a empregabilidade. Aqui, portanto, reside o grande desafio das coordenações de curso na contemporaneidade. 

Portanto, os papéis das coordenações de curso, assim como na instituição como um todo, precisam ser repensados. Antes de mais nada, a coordenação de curso precisa assumir a gestão plena do curso dentro das suas responsabilidades: administrativa e pedagógica.

No campo administrativo compreende que, alinhado com as diretrizes da Instituição (Planejamento Estratégico, Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, Regimento…), a coordenação, entre outros, analisa o mercado externo e reposiciona o curso, tanto financeira, como pedagogicamente; estrutura o mapa estratégico do curso e o seu plano de ação; estrutura os documentos legais do curso e coordena os conselhos; responde pelas avaliações externas do curso; organiza o mapa interdisciplinar da gestão de professores; responsabiliza-se pelo equilíbrio financeiro do curso; coordena a captação, matrícula, formação de turmas financeiramente equilibradas, acompanhamento e retenção dos acadêmicos; …

No campo pedagógico reside o maior desafio. Aqui a coordenação tem a responsabilidade de promover formação adequada que garanta a empregabilidade dos egressos. Seu foco será o perfil de egresso do PDI. Para tanto, precisa promover formação continuada teórico prática com os professores, mapeando a realidade na qual os egressos irão atuar, conectando essa realidade com os conteúdos do curso, elaborando planejamento inter-transdisciplinar e implantando a metodologia ativa que respeita o funcionamento da mente e promove aprendizagem significativa. No entanto, todo esse processo precisa ser planejado coletivamente, elaborado o plano de ação pedagógico conjuntamente com os professores, acompanhado e continuamente reavaliado.

Na UNICNEC – Osório/RS aonde atuamos como diretor durante 8 anos e meio. Além desta atuação direta, promovemos formações nas instituições de ensino superior IEL/Curitiba e Faculdade Dom Orione em Araguaína/Tocantins, entre outros.

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