Por trabalhar com educação, sempre acompanhei os modelos metodológicos aplicados nas escolas. Vi, através das minhas filhas, duas formas de aprender: uma na escola e outra na vida. Por diversas vezes observei que elas estavam focadas no aprender para responder questões para a prova. Em outras, vi que os livros literários indicados pela escola as levavam a lugares que só elas imaginavam. E hoje, quando entro no quarto delas, as vejo focadas no computador e os professores engajados em fazer o melhor para que a aprendizagem aconteça. No entanto, a resposta que vejo é que não há um espaço de trocas entre aquele que fala e o outro que ouve. O chamado acolhimento ficou à deriva de conteúdos que precisam ser ministrados. No dia a dia na família ou nas rodas entre amigos são as conversas que possibilitam trocas de conhecimentos. Hoje, na escola, permanece a fala de um interlocutor.
O tema da aula que assisti hoje junto com uma de minhas filhas era da disciplina de matemática. O conteúdo da aula era sobre número racional e irracional. O racional é aquele que pode ser representado como uma fração, e o irracional é aquele que não pode ser representado por uma fração. São conceitos distintos. Onde se encaixa na vida que se vive esse conhecimento? Como a escola pode estar mais próxima das situações e experiências pelas quais o aluno passa, trazendo e contextualizando o que se aprende com a vida? Conceitos são apenas conceitos se não traduzidos para algo que faça sentido.
Problematizar o cotidiano pode ser uma das formas de levar sentido à aprendizagem. Deixar à disposição do aluno diversas fontes que possibilitem que ele pesquise e veja que existem diversos olhares sobre um tema garantindo que ele possa refletir e tenha a sua visão e conclusão sobre o conteúdo aprendido. Aquilo que se aprende na escola está na vida! Convido você leitor a estar conosco na próxima semana para que possamos conversar mais sobre a aplicação do conhecimento. Registre aqui suas considerações e até a próxima!
Profª Ma. Maristela Barcelos Castro
Prof. Dr. Adelar Hengemühle