Me criei no interior. Lavoura e criação de animais era minha rotina. Mas tinha um turno do dia em que ia a um lugar estranho: a escola! Em casa, na roça, eu era curioso, sempre muito ativo. Na escola, fora o recreio, não. Ficava o tempo todo sentado ouvindo, lendo textos estranhos e escrevendo coisas que o professor mandava. O tempo passou! Em 2020 chegou a Pandemia. Comecei a observar nossa neta, 04 anos (moramos em uma chácara). Vó/Vô por que eu me enxergo no lago? Por que os aviões e os patos voam e eu não sei voar? Por que isso, por que aquilo? Curiosa! E lá está ela no celular, no computador ou nas atividades que cria e, pasmem, já lê várias coisas, já desenha letras… Aí me lembro do indiano Sugata Mitra , que espalhou computadores em muros em Nova Delli e as crianças, sem ajuda, descobriram a tecnologia e jogavam sem parar. Lembro também da Finlândia em 2018, quando indagamos sobre a EaD e responderam: “aprendemos sempre, às vezes estamos na escola, outras na rua, em casa e daí usamos a tecnologia. Estamos sempre estudando e aprendendo, não importa por onde”.
Pergunto: com a Pandemia, será que não temos a grande oportunidade de rever nossos conceitos de escola e sala de aula? Será que podemos inventar outros lugares de aprender para nossas crianças? Será que é possível conectar e integrar a vida a vários lugares e espaços novos de aprender?
Podemos afirmar que sim. Isso é possível. Mas para tanto precisamos rever a formação, as concepções dos nossos professores e as estruturas curriculares. Sigam conosco e vamos aprofundando essa reflexão!
Profª Ma. Maristela Barcelos Castro
Prof. Dr. Adelar Hengemühle