Nas colunas anteriores temos nos defrontado com diversas possibilidades de aprender, independente do lugar onde estejamos. Aqui no Brasil, há alguns bons anos existe um movimento de pais denominado Homeschooling (termo em inglês para educação domiciliar) voltado para um estilo de educação cuja responsabilidade fica com os pais. No entanto, não há um reconhecimento legal e legítimo pelos órgãos competentes. O conceito traz em sua essência que o aprender do aluno se torna responsabilidade da família, ou seja, a oferta da educação é realizada em domicílio sem vínculo algum com uma instituição de ensino. Essa dinâmica já é reconhecida e institucionalizada em alguns países como Alemanha, Canadá, Hungria…
Nesse modelo há diversos exemplos que são realizados. Os pais assumindo a responsabilidade em educar os filhos, ou várias famílias se reúnem e fazem a distribuição do que cada uma ensina, ou ainda a contratação de professores especialistas que conduzem todo o processo educativo. Mas o que realmente causa o desejo dos pais em adotar esse modelo:
• Algumas famílias acreditam que há muita exposição, más influências no ambiente escolar;
• Julgam que a escola não conduz o processo educativo com propriedade e a qualidade devida;
• Alguns estudantes possuem necessidades específicas que dificilmente são direcionadas pela escola;
• Acreditam que é por meio da educação domiciliar que se estabelecem maiores vínculos com a família;
• Algumas famílias discordam do modelo pedagógico adotado pela escola.
Como esse modelo surgiu na década de 70 nos Estados Unidos e foi se disseminando para outros países, obtendo resultados satisfatórios, houve uma intenção de sua implantação aqui no Brasil por perceberem que existe um valor agregado e um maior cuidado com a educação dos filhos. Fica aqui uma reflexão pois, em tempos de pandemia, estamos sendo seduzidos por esse modelo. A família está mais próxima e assumiu a tarefa de ensinar os estudantes, principalmente os da educação infantil e fundamental, séries iniciais. No entanto, não há uma regulamentação para esse modelo ainda. Existem pareceres do Conselho Nacional de Educação que estabelece o modelo de educação remoto e outras preocupações no intuito de garantir o melhor desenvolvimento para o aluno.
A educação que está em pauta é aquela que precisa garantir o melhor para o aluno e possa oferecer a garantia de uma aprendizagem efetiva. E você, leitor, acredita que existe espaço ou uma educação domiciliar faz sentido em tempos de pandemia?
