Ao falar de escola e educação hoje não podemos falar de lugares específicos e apenas de professores. Vivemos a sociedade do conhecimento. Na formação está cada vez mais comprovado que a qualificação técnica não é o maior problema. O que mais compromete a realização e a atuação profissional é a fragilidade de caráter, hábitos e emoções. Aqui os primeiros e maiores educadores foram e são os pais ou responsáveis. Por isso, hoje, no meu caso, venho prestar agradecimento a papai e mamãe (quase sem formação escolar), por todas as vezes que me colocaram limites e disseram não; por não arrumarem a cama e quarto para mim; por não juntarem roupas, toalhas e limparem o banheiro após meu banho; por me fazerem passar pano na casa, lavar a louça e limpar o pátio; por não fazerem o tema para mim; por apoiarem os professores todas às vezes quando eu me queixava; por não apoiarem meus fracassos na escola e na vida, mas também nunca me abandonarem; por não falarem mal de alguém na minha frente; por darem o exemplo de espiritualidade e de valores humanos; por me desafiarem e permitirem que eu fortalecesse meu emocional, que praticasse hábitos saudáveis e moldasse meu caráter para o bem; por me apoiarem e encaminharem, ao ter chegado na maior idade, a construir a minha independência e liberdade.
Infelizmente, eu, e tantos outros da nossa geração, por achar que dando as coisas prontas, por assumir as tarefas dos filhos, por fazer de conta que não vimos o erro, por não desafiar, etc, ajudamos a criar uma geração, muitas vezes, frágil e dependente.
Para pensar: Educar não é dar o peixe, mas ensinar a pescar.
