A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA

O curso vai trazer à tona a discussão e solução de inúmeros problemas que limitam a boa gestão compartilhada na escola. Parte-se do pressuposto da formação limitada das direções de escolas que, na sua grande maioria, são professores na função de direção.

Durante muitos anos pesquisou-se os problemas da gestão das escolas (Nós mesmos exercemos a função de direção durante 28 anos). Na reunião destes dados e vivências chega-se aos problemas aqui abordados. Para começar, a grande maioria das direções não tem claro por que existe escola. Quanto ao modelo de gestão, pela cultura vivida, as direções estão presas ao modelo vertical que, em comparação ao modelo compartilhado ou cooperativo, consome inutilmente as forças, eleva o stress e perde as grandes potencialidades humanas individuais.

Soma-se a isso a falta de propósito, ou seja, que todos, com sentido, saibam e compartilhem aonde a escola quer chegar. Como também não se adota método que respeite o funcionamento da mente, o cotidiano é identificado pela desorientação e as decisões são tomadas de acordo com o “humor” do superior. Por outro lado, como as respostas sempre vem prontas, perde-se a grande oportunidade de tornar a escola como um todo, espaço de gestão de conhecimento aonde todos, coletivamente, aprendem a aprender, a inovar e a buscas soluções. 

Como falta propósito, assistimos a desconexão e desintegração interna entre o pedagógico e o administrativo. Por sua vez, o planejamento sem propósito e sem método é feito por fazer e não como meio transformador. A organização dos processos internos é frágil. A direção não tem mapa estratégico e assim fica perdida no cotidiano: não sabe aonde está e muito menos aonde precisa ou quer chegar. Por final, as ideias não colocadas em prática permeiam as escolas. O resultado disso fragiliza as relações internas, a integração das famílias na escola e, por final, compromete a missão maior da escola: desenvolver integralmente a mente cognitiva e afetiva dos estudantes.

As soluções são aparentemente simples. O problema está na cultura das pessoas. Em primeiro lugar precisamos de um Projeto Político Pedagógico simples, enxuto que define com clareza o propósito da escola. A partir do propósito, procede-se o diagnóstico interno e externo e, no administrativo, se organiza o plano de ação com responsáveis, prazos e acompanhamento. 

No pedagógico, que é o sentido maior da existência da escola, com concepções atuais de educação que respeitam a essência humana, conectado com a realidade e focado no propósito do PPP, define-se a estrutura do currículo, realiza-se o mapeamento da realidade conectada com os conteúdos da escola, faz-se o planejamento transdisciplinar e se desenvolve as aulas com metodologia que respeita o funcionamento da mente humana.

Em síntese, a solução está centrada nas pessoas. Por isso, as pessoas precisam ter propósito, sentirem-se úteis no que fazem, serem constantemente provocadas com desafios positivos, respeitadas, sendo a escola o melhor lugar de aprender uns com os outros.

Construímos, testamos e aplicamos durante 28 anos como diretor de escola e faculdade essas concepções. Nos últimos anos, principalmente em Araguaína/TO, Palotina/PR e Lapa/PR exercitamos as direções em um processo teórico prático.

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