Fala-se muito em novas concepções educacionais tão necessárias nesses novos tempos. Temas como aprendizagem significativa, metodologia ativa, protagonismo do estudante são constantes nas discussões. No entanto, na prática, fora algumas iniciativas isoladas, não percebemos, mudanças coletivas. Por que não avançamos? Aonde reside o problema? Certamente são vários os fatores. Hoje abordamos um deles. Anos atrás, na pesquisa de doutorado, investigamos os professores das faculdades que atuavam na formação dos futuros professores. Assistimos ricos discursos, muitas teorias, enfim, mas que submetiam os futuros profissionais à passividade, ouvindo, memorizando, decorando e repetindo. Também analisamos as avaliações aplicadas pelos formadores: perguntas que exigiam decoreba e memorização. Depois fomos investigar, na educação básica, professores que haviam sido formados por aqueles da faculdade: assistimos as aulas e vimos as avaliações – os alunos eram passivos espectadores que se ocupavam em memorizar, decorar e repetir as informações passadas pelo seu agora professor.
Para pensar: Nós seres humanos aprendemos e nos transformamos fazendo, exercitando, praticando… Está cada vez mais provado que ficar sentado ouvindo, principalmente coisas insignificantes e sem sentido para a vida, e simplesmente repetindo, não transforma. Por outro lado, nos inspiramos no exemplo dos nossos mestres. Portanto, enquanto as faculdades, os professores do ensino superior que formam os futuros professores continuarem com belos discursos, belas teorias mas se eles mesmos não forem capazes de exercitar suas ricas crenças, dificilmente vamos conseguir quebrar esse círculo vicioso que forma mal, e consequentemente, os professores assim formados continuam a formar legiões de mentes encarceradas. Prezadas Instituições de Ensino Superior: com todo o respeito, será que não está na hora de descer do pedestal e exercitar os futuros professores e profissionais em geral para que estejam aptos a transformar as mentes juvenis e, enfim, formar pessoas aptas a efetivamente exercer suas profissões com competência?