Não é de agora que programas de formação continuada de docentes ocorrem no Brasil. Apenas para termos uma ideia há programas que datam de 1951, com a criação da CAPES, como o programa de bolsas de estudo no exterior. De lá para cá, a primeira década dos anos 2000 foi muito fértil com o nascimento de vários outros projetos, programas e incentivos.
Apesar dos incentivos e fomento, às mudanças nas práticas docentes não ocorreram. Parece-nos que há entraves, alguns ocultos, outros não, mas que impedem avanços mais significativos. A primeira questão que temos visto como primordial na mudança é o desejo de mudar, o aprender a ser, e a consciência de que jamais se sabe tudo, ou o desejo de aprender a aprender sempre.
Sem se perceber inacabado, como diria Paulo Freire, não há por que mudar. Assim é na escola, assim é na vida. Percebemos que professores que não estão satisfeitos com suas práticas têm alto poder de mudança, já outros, convictos de que fazem o melhor, que sabem o suficiente ou que sempre fizeram assim e não veem motivo para mudar, não mudarão tão facilmente enquanto o mundo está mudando diariamente e as necessidades de seus alunos também.
Como mudar algo intrínseco? Consciência e desejo vêm de dentro, mas percebemos que podem ser despertados. Temos visto professores acordarem a novas práticas após compreenderem que a docência pode fazer sentido e que a docência, mais que conteúdos teóricos, memorizações e repetições é uma posição de aprender ao longo da vida, seja em um lugar físico ou virtual. O prazer, a euforia e a excitação combinam com o aprender coisas novas. A vida na escola precisa voltar e o sentido do aprender ser o centro do processo pedagógico. Para isso, um novo perfil de professor será fundamental.