Vacina produzida apenas por opiniões: você tomaria?

Estamos construindo um sistema de ensino para o nível Médio, na verdade, queremos um sistema de aprendizagem mais que de ensinagem. Os processos “ensinar e aprender” são diferentes e precisamos aproximar um do outro por meio da intencionalidade do planejamento docente. Essa não é uma tarefa muito simples, mas uma caminhada que vale à pena. 

Ocorre que nessa construção temos nos deparado com uma situação que tem chamado a atenção. Temos visto atividades, tarefas ou exercícios, como queiramos chamar, solicitando a opinião dos estudantes. São pedidos como: Dê sua opinião; o que você faria?; como você entende?; o que você imagina?; você acha que…e outros. 

Não sei se nos damos conta do que um pedido assim significa. No entanto, sempre quando pedimos, principalmente na escola, apenas uma opinião, reduzimos a resposta para uma ideia pessoal que é importante, mas não eleva o grau de compreensão dos alunos. 

A escola, a faculdade e qualquer outro ambiente educacional precisa colocar os estudantes em posição de: refletir, analisar, resolver, revisar, sistematizar e muitas outras habilidades que devem ser desenvolvidas. A opinião, o senso comum, precisa ser substituída por fundamentos científicos, estudos teóricos e conhecimentos novos que ajudem a resolver problemas complexos. 

Precisamos entender que o principal objetivo da escola é desenvolver potenciais, competências e habilidades para os cenários mais adversos possíveis. Imagina desenvolver uma vacina apenas com opiniões sem embasamento teórico? Planejar uma barragem de forma intuitiva?

Precisamos sair do senso comum e desenvolver o senso crítico, ensinar o estudante a olhar a realidade e criar respostas viáveis e fundamentadas para o caos que vivemos hoje e viveremos no futuro…eis nossa principal função de professores. É fácil? Não. É possível? Sim