Inteligências Fracassadas!

Hoje recebi algumas reflexões do meu amigo neurocientista de Portugal, Prof. Nelson Lima, sobre as Inteligências Fracassadas, afirmando que “a educação, em geral, está tendo um retrocesso. É urgente alertarmos a sociedade”. Somado a isso, um educador que esteve acompanhando, na semana passada, em São Paulo, o denominado “maior evento educacional da América Latina, Bett Brasil 2022”, nos relata que as inovações apresentadas no evento estavam focadas, em sua grande maioria, no uso de tecnologias, em discussões teóricas e em produtos pedagógicos para a venda. No entanto, não percebeu, de forma relevante, reflexões efetivas sobre COMO inovar e inserir práticas pedagógicas humanizadas que vão ao encontro das necessidades humanas diante dos contextos contemporâneos.

Nenhuma surpresa! Os grandes eventos e discussões educacionais têm mostrado exatamente isso. Pensamos que a tecnologia, os produtos pedagógicos e as reflexões teóricas, por si só, serão as grandes revoluções educacionais do século XXI. Claro que são importantes, mas estão longe de, por si só, garantir a transformação da educação e das pessoas. Aqui nos somamos às reflexões do Prof. Nelson Lima. Promover o sucesso e não o fracasso das inteligências depende, antes de tudo, de professores que, diariamente, de forma coletiva e cooperativa, exercitem práticas pedagógicas que respeitem a mente humana, que motivem, que tragam significado ao aprender algo novo e que envolvam emocionalmente os estudantes com as aprendizagens. Assim, a tecnologia e os produtos pedagógicos podem ajudar como complemento. No entanto, se nas escolas as direções, as coordenações e os professores em todos os níveis não estiverem imbuídos com foco e com metodologia evolutiva que provoque e desenvolva ao máximo a mente humana, estaremos caminhando, cada vez mais, como afirma o Prof. Nelson Lima, para o retrocesso e para o fracasso das inteligências.

Se começarmos pelas Escolas, pelos Municípios, pelos Estados, de forma focada e com persistência a promover essa transformação, daqui a alguns anos, oxalá, teremos eventos que possam mostrar para o mundo que somos um país que leva a educação a sério e não continua a fazer de conta promovendo eventos, gastando bilhões e tendo resultados vergonhosos que nos classificam como um dos piores países na educação mundial. 

A efetiva mudança da educação exige, antes de tudo, mudança em nós. Isso não é simples. É por isso que é mais fácil continuar fazendo de conta!