Educar pressupõe desequilibrar!

Apoiados no Neurocientista Antonio Damásio e no Catedrático Antoni Colom aprendemos que o ato de aprender solicita movimento, desequilíbrio, pois o cérebro é fruto de uma evolução não linear e de um planeta não linear. Aqui começa nossa reflexão: os atuais modelos educacionais lineares nos quais o professor transmite verdades prontas e o estudante passivamente decora e repete estão distantes da vida e da maneira como a mente aprende e se motiva. Ao ver como a vida e a mente funcionam e como se dá ainda a educação percebemos por que há tantos problemas no contexto educacional: desmotivação, indisciplina, baixa aprendizagem, reprovação, desistência, entre outros. 

Para o ser humano fazer alguma coisa é preciso ter sentido. Na escola, na faculdade é comum aprender sem sentido por que não há relação com a vida. Para nos sentirmos provocados e motivados precisamos estar diante de algo em movimento como um problema, um desafio, um desequilíbrio, uma necessidade ou um desejo não atendido. No entanto, nos ambientes educacionais recebemos as coisas como prontas,  basta memorizar, repetir e ter boa avaliação. O ser humano se desenvolve pelo seu protagonismo, pelo fazer, pelo agir, mas ali assume posição passiva.

Acima, trouxemos alguns exemplos que apontam o caminho para rever o modelo ainda vigente e que não atende o sentido de ser de uma escola ou faculdade. Está cada vez mais provado que a mente, para aprender, precisa ter elementos significativos, ser provocada, problematizada, desafiada, desacomodada e desequilibrada. Sem essa disrupção continuaremos isolados nas instituições educacionais, presos a modelo educacional distante daquele a quem se destina a educação: o ser humano e seu pleno desenvolvimento.