Dias atrás conversávamos com um professor secundário do Porto/ Portugal que atua há 12 anos em sala de aula. Falávamos sobre educação, tendências, problemas que ele percebia na educação de Portugal e vimos muitas semelhanças entre as angústias comuns que encontramos nos professores do Brasil. No entanto, algo nos surpreendeu sobremaneira. No meio do diálogo perguntamos sobre as suas percepções em relação à Escola da Ponte que, não só no Brasil, é referência em modelo educacional em muitos países. Qual foi minha surpresa, o professor desconhecia a existência da Escola da Ponte.
Esse é apenas mais um exemplo que comprova, e nós brasileiros temos expertise nisso, a falta de valorização do que vem sendo desenvolvido de forma inovadora na educação em nosso país. Tudo que vem de fora, parece que é perfeito e tem valor. Isso não acontece só na educação, mas em todo o meio da sociedade brasileira, lembrando aqui também os meios de comunicação que, em sua grande maioria, historicamente, só encontram notícias negativas em relação ao nosso país.
Nós que temos acompanhado professores e diretores de escolas em muitas regiões do Brasil e também investigado inovações que estão ocorrendo em várias escolas no nosso país, temos a certeza de que chegou o momento de voltarmos mais os olhos para as instituições que já estão fazendo a diferença entre nós. Pregar o caos, com certeza, é estratégia dos que sempre utilizaram a educação como meio de exploração para atender os seus interesses próprios.
Portanto, convidamos para que cada um esteja mais atento para os cases de sucesso que estão acontecendo nas escolas brasileiras, mesmo reconhecendo que ainda são diminutos, para que possamos construir a nossa identidade a partir daqueles educadores humildes que no cotidiano, com os olhos brilhando, fazem a tão sonhada educação humanizante acontecer.
Sonhar e valorizar o aqui e o agora é o começo da transformação!



