Guerra para muitas gerações!

Nas ocasiões em que conhecemos e investigamos o sistema de educação, por exemplo, da Alemanha (passou por duas guerras mundiais), ou a Finlândia (que até os anos 60 do século passado era escrava da Rússia) muitas vezes fomos indagados: Como você explica o Brasil que não tem guerra, que tem todas as riquezas naturais inimagináveis (território amplo, clima tropical, riquezas minerais…), tem tantos problemas sociais, econômicos, políticos (…)? 

Olhando agora para os cenários de horror da guerra da Ucrânia, conseguimos ressignificar essas indagações. Claro, existem muitos motivos que justificam os entraves do nosso parco desenvolvimento. No entanto, ao ler um artigo publicado na folha de São Paulo no dia 07/03/2022 que traz como título “96% dos alunos da rede estadual de SP concluíram o ensino médio sem saber resolver equação de 1º grau” conseguimos compreender um pouco mais sobre qual é a real guerra brasileira: a luta do nosso modelo educacional para manter a escravidão das mentes dos nossos jovens. Vejam: 96% dos alunos do estado mais desenvolvido do Brasil não conseguem resolver uma equação de 1º grau! 

Mas nossa reflexão é muito mais assustadora e preocupante. Resolver por resolver uma equação ainda está muito longe de, usando a equação de 1º grau, conseguir compreender ou resolver problemas reais da vida. Ou seja, se apenas 4% resolveram a equação pela equação (teoria pela teoria), com certeza não chega nem a 0,5% a quantidade destes mesmos alunos de São Paulo que sabem utilizar a equação para resolver problemas do seu cotidiano. 

Portanto, novamente se confirma que lutar contra a mediocridade da educação brasileira, que leva as mentes a capitular (reprovação, desistência…), é a verdadeira guerra a ser travada no Brasil. Nessa guerra, precisamos resgatar as mentes iluminadas. Precisamos oportunizar que multidões de jovens, independente de classe social, possam ser protagonistas no mundo. Que esses jovens possam ter a oportunidade de desenvolver suas potencialidades. Nossa guerra, portanto, precisa ter como objetivo parar de ceifar vidas e esperanças. Essa guerra certamente vai levar muitas gerações para ser vencida. Bem mais, em comparação a países destruídos por armas e bombas da guerra que hoje assistimos em tempo real.