A caminho da era do pós emprego: e a educação?

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, em 2025, haverá a inversão entre o homem e máquinas nos campos de trabalho, pois 48% da mão de obra será desenvolvida por pessoas e 52% por máquinas inteligentes. Haverá, assim, menos atividades profissionais para o ser humano? Certamente que não. O que haverá é uma mudança substancial na modelagem das atividades profissionais. Iremos migrar de atividades manuais para as atividades mentais. Ou seja, precisamos, cada vez mais, de mentes capazes de aprender a aprender sempre, capazes de inovar, de criar, de resolver problemas/desafios sempre novos, de empreender, entre outros. Esse novo modelo, já está abrindo infinitos campos de oportunidades profissionais e gerando hoje situações antagônicas: por um lado, temos milhões de desempregados e, por outro, temos milhões de oportunidades não preenchidas, ou não atendidas por falta competência. Caminhamos assim a passos largos para a era do pós emprego, se considerarmos o tradicional modelo CLT no Brasil.

E a educação, as escolas, as faculdades? Como esses cenários impactam no atual contexto educacional ainda preso ao modelo linear, da repetição de informações, no modelo focado em aumentar as fileiras de formados com diplomas, mas que não tem, ou tem limitada competência para atuar nestes novos cenários? Com certeza isso exige rápida e profunda mudança, pois esse modelo atual está falido. A começar pela modelagem presa ao presencial apenas: só na sala de aula se aprende! Ultrapassada em sua estrutura física quadrada e praticamente não interativa. Com estrutura curricular presa a disciplinas fragmentadas e programas focados na teoria pela teoria, distante das realidades e necessidades dos estudantes. Com metodologias que insistem em manter o estudante passivo e sem protagonismo. 

Claro que este novo cenário exige uma mudança profunda em todas as estruturas sociais, a começar pela família que precisa parar de dar as coisas prontas para seus filhos e, desde a tenra idade, integrá-los, atribuir-lhes atividades e provocá-los para superar desafios e resolver problemas. No entanto, é no contexto educacional formal que residem, parece, nossos maiores desafios, pois, este, tradicionalmente, é o mais retrógrado e resistente às mudanças.